Monday, January 27, 2014

Ano Novo no Circulo Polar Artico - Chegada a Honningsvag: Nem tudo é alegria

Chegando em Honningsvag, parecia noite, e eram somente 11 da manhã... Era 2 de janeiro.
Saimos do barco em direção ao estacionamento do ônibus que nos levaria ao cabo norte, o ponto mais extremo da Europa e mais perto do polo norte!

Chegada a Honningsvag
Por volta do meio dia!

Saindo do hospital
Hospital de Hammerfest

A rua estava completamente congelada, era uma placa de gelo... Eu caminhava com cuidado, pois não tinha sapatos especiais, não sabiamos que nas ruas normais teria esse problema... Mas de repente escorreguei e tomei um tombo incrível.
Imediatamente senti uma dor terrível. Vieram outros turistas, que me disseram para respirar fundo e estar calmo. Meu companheiro de viagem foi chamar ajuda no posto turistíco. E chegaram uma moça norueguesa e um rapaz francês para tentar me levantar, mas não dava... A dor era tanta e não conseguia apoiar a perna.
Então chamaram uma ambulância. Me fizeram uma avaliação inicial e me disseram que provavelmente teria que fazer uma radiografia, mas que ali não tinha, somente em uma outra cidade, mas que me levariam ao centro médico local para o doutor dar uma palavra definitiva.
Chegando no ambulatório o médico me viu e confirmou que tinha que fazer uma radiografia, pois ali eles não tinham aparelho e nem faziam cirurgia... Comecei a ficar meio encanado...
Me puseram na mesma ambulância e seguimos a Hammerfest, a 2 horas e meia de distância... Era meio dia mas estava completamente escuro. O meu amigo ficou em Honningsvag com a minha mala, pois não tinha espaço...
Chegando no hospital me fizeram a radiografia, a dor estava complicada sempre que me mexia. Menos mal que o hospital era bastante moderno, visto que a cidade tinha apenas 10 mil habitantes. Mas Noruega é outra história.
Subi para uma ala onde uma doutora e um doutor residentes estavam examinando a chapa, me disseram que tinham que verificar com o médico mais experiente e o radiologista. Depois de um tempo voltaram e me deram a bela notícia: tinha uma fratura um pouco abaixo da cabeça do femur e eles aconselhavam uma cirurgia para colocar uma placa de metal para reforçar o osso.
Me perguntaram o que eu decidia, bem, no fundo não tinha outra alternativa... Conclusão, me operaram na mesma noite.
Por sorte a carteira de saúde do INPS italiano era válida e não tive que pagar nada. Graças a Deus correu tudo bem e na mesma noite segui para um quarto coletivo, mas que estava vazio.
No dia seguinte os doutores vieram e me explicaram que estava tudo bem e que não era uma fratura grave e que eu poderia retornar para a Italia como planejado (dia 6 de janeiro).
Sem comentários sobre o tratamento no hospital, país de primeiro mundo.
Acabei tendo que comprar uma passagem de Hammerfest a Oslo para o domingo onde reencontraria meu amigo para depois retornar na segunda.
No domingo dia 5 sai do hospital, de muletas, pois nãp podia apoiar a perna.
Um avião bimotor me deixaria em Tromso depois de meia hora de vôo. A vista era linda, abaixo se viam fiordes nevados e um por do sol muito bonito, apesar de ser apenas duas da tarde...
Peguei a conexão para Oslo, onde reencontrei meu amigo de viagem.
Ja' havia mudado a passagem de volta para Milão, para ficar na casa de parentes.
No momento da escritura desse post ainda estou em Milão, esperando a recuperação.
Tudo esta' indo bem, é uma questão de paciencia somente :-)
Enfim, o cabo norte vai ficar para uma proxima vez!
Apesar do susto, estava terminada mais uma ‘aventura’...

Saturday, January 25, 2014

Ano Novo no Circulo Polar Artico - Aurora Boreal



De Trondheim fonos a Tromsø, bem mais ao norte.
Considerada por algumas fontes como capital da Laponia e do Artico, está 350kms ao norte do círculo polar ártico e possui cerca 70 mil habitantes.
Uma cidadezinha muito simpática e bonita, no meio de um fiorde. Embora esteja quase no polo norte a temperatura média no inverno é de -4 graus. As principais atrações são a catedral do ártico (estilo moderno), os museus Polaria e Polar e um funicular que leva ao monte Storsteinen, onde se tem uma vista espetacular da cidade, rodeada de montes nevados.







Outra coisa interessante, como estavamos mais ao norte o sol nasce as 10:30, na verdade ele nunca chega a estar no alto, e por volta das 13:30 já está anoitecendo.
As outras atrações são as várias excursões, que costumam ter preços bem salgados.
Os passeios principais são:

  • Avistamento da aurora boreal, obviamente, visto que a cidade é um dos pontos melhores para vê-la.   Fazem passeios fora, por ter menos poluição de luzes da cidade. Incluem inclusive bebida quente e bolo numa tenda típica Sami (povo originário da região).
  • Trenó com cachorros Huskies (dogsledding)
  • Avistamento de baleias e orcas
  • Passeio com renas
  • Motos de neve
Na primeira noite fizemos o passeio com os cães, que na verdade não eram huskies, mas uma mistura.
Eram 18:30 quando iniciamos e depois de uma hora de carro chegamos no ponte de partida, já bastante escuro. Vestimos roupas especiais de frio e depois tivemos instruções de como guiar os cães.
Quando saimos para montar nos trenós eles estavam completamente impacientes para sair e latiam sem parar. O passeio foi incrível, com lanternas no escuro e com um céu estrelado que preanunciava uma grande noite de ano novo no dia seguinte. São duas pessoas por trenó, uma vai de passageiro sentada e outra conduzindo os cachorros. Trocamos mais de uma vez, e quando pegavamos velocidade era muito divertido. O passeio com os cães durou um pouco mais de uma hora. Terminado retornamos a uma cabana Sami com chá, café e bolo.




Era chegado o grande dia, ou melhor, noite, para ver a aurora boreal. A tensão era grande, pois nada é garantido, se o céu não estiver limpo não se vê nada. E o dia todo estava nublado, mas tinhamos fé na previsão, que dava céu aberto. Além do mais era noite de ano novo...
As 18:30 pegamos a  pequena van da Amazing Aurora para depois de uma hora e meia chegar no ponto de avistamento. Completamente afastado da cidade, o local tinha uma pequena cabana. Era tudo escuro e o céu estava perfeito, as estrelas cintilavam perfeitamente, faltava somente a grande convidada da noite.
Preparamos todos os tripés para fazer as fotos. A guia explicava que de uma parte no céu tinha uma espécie de nuvem, e que na verdade era a aurora, mas muito fraca.
Depois de cerca uma hora ela começa a aparecer e todos ficam excitados e com uma euforia incrível. O espetáculo da natureza é impressionante com suas tonalidades de verde em várias formas. E que de vez em quando dançavam inclusive.
E o mais impressionante quando fachos de luz verde passam contendo uma espécie de pó cósmico que flui como se fosse um rio.
Por vezes desaparecia para depois reaparecer novamente e penso que passei o Ano Novo mais impressionante da minha vida, olhando a Aurora Boreal acima de mim.
Fomos sair dali eram mais de uma e meia da manhã.
O objetivo da viagem estava alcançado!
O dia seguinte (02/01/2014) seria a partida para o cabo norte. Partimos com o famoso barco Hurtigruten, que até hoje opera não só como nave de cruzeiro mas como transporte também.
Partimos as 18:30. Depois de nos acomodarmos na cabine, a viagem duraria uma noite e chegariamos a Honningsvag as 12:00 do dia seguinte.
Logo depois de uma hora de navegação fomos a ponte para ver como estava o céu e se de novo poderiamos ver a aurora boreal.
E incrivelmente ela começou a aparecer de todos os lados e inclusive acima de nossas cabeças, estava muito mais forte que no dia anterior, não dá para descrever a nossa alegria. O espetáculo durou mais de uma hora e meia!




Ano Novo no Circulo Polar Artico - Trondheim

Tendo uma pequena parada de fim de ano na empresa, pensei em fazer mais uma viagem que pudesse ser interessante aqui mesmo pela Europa.
No inicio do ano vi fotos da aurora boreal em uma viagem de um amigo ao Canadá eacabei ficando com essa idéia na cabeça. Então não deu outra, pensei em ir ao extremo norte da Noruega, onde o inverno é o melhor periodo para se ver este incrível fenomeno da natureza.
Dessa vez um amigo de trabalho topou a empreitada e fizemos o seguinte roteiro de aproximadamente 10 dias:
- Roma – Oslo  – Trondheim (aéreo)
- Trondheim – Tromsø (aéreo)
- Tromsø – Honningsvag (cabo norte) (com o famoso navio postal Hurtigruten)
- Honningsvag – Tromsø (com o famoso navio postal Hurtigruten)
- Tromsø – Oslo (aéreo)
- Oslo – Roma (aéreo)


Visualizza Norway North Cape in una mappa di dimensioni maggiori

Fomos diretamente a Trondheim, onde ficamos um par de dias.







É a terceira cidade da Noruega com cerca de 165 mil habitantes. Famosa também por ser meta de peregrinação na Idade Média por conta de Santo Olavo (Olav).
A cidade não é muito grande e as principais atrações são a catedral (de periodo medieval, mas reformada), o antigo pier, a fortaleza de Kristiansten, as ruinas do castelo Sverresborg (com um museu a céu aberto com antigas casas típicas).
O mais impressinante é que nessa época do ano tem muito pouca luz, o sol nasce as 10 da manhã e se põe por volta das 14:00!








Friday, January 17, 2014

Iceland VI - Snaefellsjokull - Viagem ao centro da Terra

O dia seguinte amanheceu muito ruim, com uma chuva fina, indicando que seria complicado fazer caminhadas. Seria o dia de conhecer o famoso glaciar Snaefellsjokull. Parei no posto de informações turísticas, onde pude pegar dicas preciosas de lugares a visitar.
De todas as maneiras a paisagem da estrada era já impressionante. A primeira parada foi visitar Saxholl. Uma pequena subida levava à pequena cratera de uns 50 metros de diâmetro. Apesar da chuva a vista é incrível, com formações de  lava e outras crateras ao longe.
Passei de carro numa outra cratera chamada Holaholar, que diria que não vale muito a pena a visita. Continuo até chegar a Djupalonssandur, uma praia de areia vulcânica, onde tinham restos de um naufrágio de um rebocador inglês (afundado em 1948). Da praia iniciava a trilha para Dritvik, uma outra praia que serviu como importante porto de pesca iniciando no século 16 e continuando até o 19. Chovia bastante, mas decidi fazer a caminhada, apesar da luz a vista é bonita, e Dritvik impressiona com a cor negra da areia e suas formações rochosas.







Retorno ao carro encharcado e sigo viagem até parar em Vatnshellir, uma caverna que tinha sido indicada no posto turístico. E para falar a verdade, com a chuva era uma oportunidade para não me molhar.
Na verdade é um túnel de lava nas cercanias do famoso Snaefell, o vulcão onde o professor Lindenbrok segue os passos de Arne Saknussemm no livro ‘Viagem ao Centro da Terra’ de Julio Verne.









A visita guiada dura em torno de uma hora e se desce por escadas em caracol por uns 50 metros. A caverna tem em torno de 200 metros. Me sentia como se estivesse no livro e quando vimos uma indicação numa placa de lenha escrito Stromboli foi bem divertido, o guia fez uma brincadeira, apontado uma parte da caverna com uma luz dizendo que tinha alguém vindo daquela direção. Para quem não sabe Stromboli é o vulcão na Sicília onde os protagonistas do livro vão sair. Uma outra curiosidade é um esqueleto de raposa polar que tem provavelmente ficou presa ou se perdeu por ali.
Saindo da caverna prossigo para Arnastapi, uma área que deveria ser bonita pelos penhascos a beira do mar. Decido fazer uma caminhada, mas a decisão não foi muito acertada, chovia bastante e a trilha estava difícil e cheio de poças.
E assim ficou muito difícil aproveitar a paisagem e fazer fotos.
Retornei ao carro encharcado e assim continuei para Reykjavík, tenho que dizer que foi uma experiência desgastante, chovia muito, toda vez que passava um caminhão na estrada no sentido contrario era um estresse, pois a água que espirrava fazia com que não se pudesse ver absolutamente nada.
A particularidade é o túnel Hvalfjörður, que é submarino e tem aproximadamente 6 kms alcançando 165 metros abaixo do nível do mar.
Chegando a capital islandesa tarde também tive problemas para encontrar um lugar para jantar. O albergue da juventude é bastante moderno e central.
De qualquer forma após uma busca no centro, com toda chuva, achei um local bem agradável, onde pude por curiosidade comer um filet de minke (espécie de baleia).
No dia seguinte visitei a cidade, bastante simpática, a igreja em estilo gótico moderno é o cartão postal principal. O centro também é bastante interessante, a tarde com a chuva acabei entrando para ver um filme documentário sobre vulcões na Islândia.
Estava encerrada uma das viagens mais interessantes que já fiz e diria que é um bom lugar para se fazer uma segunda visita!







Iceland V - Detifoss e Dalvik (avistamento de baleias)

Continuando a região do lago Myvatn, iniciei o dia indo até Dimmuborgir, que não tinha ido na caminhada do dia anterior,  interessantes formações de rocha vulcânica, mas devo admitir nada de excepcional comparado com  tudo que tinha visto até o momento.
Prossegui até Hofdi, um delicioso bosque as margens do lago, com águas de um verde claro límpido, completamente diferente do cinza vulcânico da região.






Completando o circulo do lago visitei Skutustadagigar, uma área com várias formações em forma de crateras, mas que na verdade não são vulcânicas.
Saindo da área do lago peguei a estrada para ver as cachoeiras Selfoss e Dettifoss.
Chego por volta das 12:30, uma pequena caminhada leva a um canyon com um rio de águas de uma cor bem diferente: cinza, não porque não fosse limpa, mas pela cor das rochas. Selfoss, que jà impressiona, fica à  esquerda. Logo percebi que não estava do lado melhor para vê-la, do outro lado do rio se veria a queda de frente. Assim, decido caminhar até onde as águas caiam, um lugar muito bonito também, onde uma espécie de redemoinho se formava.
Volto pela mesma trilha em direção a Dettifoss e quando chego ao alto de onde se vê a queda fico perplexo, a queda d’água, o som e o canyon são indescritíveis.
Explorei a área caminhando pela parte superior, onde se tem uma visão incrível do canyon e do rio. Desci até o ponto mais próximo das águas, e dessa vez o lado onde estava era o mais favorável. Um arco-íris maravilhoso completava o panorama.
Me senti quase que hipnotizado pelo local, mas tinha que partir, pois ainda tinha que chegar a Dalvik, uma pequenina cidade a beira de um fiorde, onde faria o passeio de barco para avistar  baleias.
No meio do caminho ainda passei por outra cachoeira famosa: Godafoss ou a cascata dos deuses. Conta a lenda que quando foi decidido que seria adotada a religião cristã, o rei que governava teria atirado todas as estatuas pagãs nas águas da cachoeira.










A estrada para Dalvik seria longa, mas a paisagem era sempre fabulosa. Fiordes incríveis e um pouco antes de chegar passei por Ayureri, a segunda cidade da Islândia.
Finalmente chego em Dalvik, pequenina cidade as margens de um bonito fiorde. Tiro algumas fotos, e vou jantar, pois estava com bastante fome.
O único lugar que achei era um pub simples, estava sozinho, fui muito bem atendido e comi um ótimo bacalhau fresco grelhado.
No dia seguinte partia para o passeio em barco para avistar as baleias, o tempo estava bom e a paisagem do fiorde era bastante sugestiva.
Não chegamos a sair em mar aberto para poder avistá-las, e logo vimos um par delas, não muito perto do barco, mas o suficiente para ver o dorso e a cauda.
Rapidamente me dei conta que quando se vê a cauda significa que elas estão mergulhando e que aquela baleia não se vê mais.
Acho que avistamos cerca de oito baleias. Depois ainda fizemos 15 minutos de pesca de bacalhau (na verdade o peixe é a merluza). Bastava colocar a vara com isca falsa para logo pegar um. O que peguei deveria ter uns 30/40 centímetros mais ou menos, mas tinham outros maiores.
De volta ao cais o pessoal do barco preparou os peixes (que haviam já limpado) numa grelha elétrica e assim pudemos saborear um bom peixe fresco.
Na verdade escolhi Dalvik porque era menos cheio de gente e tinha esse plus da pesca. Existem muitos outros locais na Islândia onde se podem avistar baleias, mas são bastante cheios, segundo li nas avaliações, como por exemplo Husevik.











Após comer o peixe sigo caminho em direção oeste, a estrada seria longa até Grundafjordur, cerca 400kms.
Fiz poucas paradas, uma delas numa cidadezinha muito simpática chamada Siglufjordur, onde visitei o Museu do Arenque, a cidade tinha sido uma importante produtora deste peixe bastante comum no norte. Sigo caminho após uma rápida visita a um museu de música folclórica, onde haviam alguns instrumentos típicos estranhos, como um tipo de violino horizontal chamado Langspil.
A outra parada seria em uma espécie de fazenda islandesa chamada Glaumbaer. Um pequeno museu mostrava a vida no local no século 19, com quartos, salas onde eram armazenados alimentos, etc...
O tempo estava bastante ruim e chegar em Grundafjordur foi muito cansativo, uma boa parte da estrada não era asfaltada e dificultou bastante. Cheguei na pequena cidade passadas as 8:30 da noite.
Por sorte cheguei ao albergue da juventude antes de fechar. Tive que correr para tomar um banho e ainda conseguir comer algo pois todos os locais onde se poderia comer algo fechavam por volta das 22...